Sessenta e duas pesquisas apresentadas em exposição do XII Enancib discutem a influência da informação na sociedade.

“No Estádio El Jalisco/no México, Guadalaraja/o Brasil ganhou a Copa/Coisa que está na cara/Trouxe o canecão de Ouro/Uma coisa muito rara”. Foi assim que José Francisco Soares, o “poeta repórter”, narrou o tricampeonato da seleção brasileira de futebol em 1970.

A obra desse autor de cordel de circunstância – tipo de texto popular baseado em notícias – atraiu a pernambucana Vânia Ferreira, mestranda da Universidade Federal de Pernambuco e uma das expositoras do XII Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação (Enancib).

Ela analisou 900 cordeis de José, conhecido por seus textos sobre futebol, para entender como a informação cultural é transmitida pelo cordel. Como conseqüência do trabalho, Vânia criou o site Ciberteca de Cordel.

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O trabalho da pesquisadora está em um dos 62 pôsteres selecionados pelos 11 Grupos de Trabalho do Enancib, que acontece na Faculdade de Ciências da Informação (FCI) da Universidade de Brasília. No final do encontro, na quarta-feira, 26 de outubro, os grupos de trabalho selecionarão os melhores pôsteres. A abertura ocorreu na quinta-feira, dia 20 de outubro.

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“A discussão nos grupos de trabalho é uma oportunidade única para trocar experiências”, considera a diretora da FCI, Elmira Simeão. Segundo ela, como ocorre na capital do país, o tema "Políticas de informação voltadas para a sociedade" toma outra dimensão política. “Queremos retomar a discussão sobre a organização e uso de informação a serviço da sociedade e do cidadão”, conta Elmira. 

Para Marcelo Stopanovski Ribeiro, que está concluindo seu doutorado na UnB, participar de um encontro nacional enriquece o trabalho. “Tenho grande expectativa com a revisão dos outros pesquisadores”.

Sua pesquisa une áreas aparentemente distantes: as ciências naturais e as da informação. Marcelo explica que a união é mais óbvia que parece. Para ele, nossa existência perpassa por uma leitura constante de informações da natureza. “A física quântica e a genética, por exemplo, lidam com quantidades enormes de informação”, explica. Comparando as diferenças e semelhanças entre esses campos, Marcelo pretende oxigenar a teoria das ciências da informação e criar novos conceitos para a palavra "informação".

Outro trabalho da mesma área tem um foco interdisciplinar mais claro. Rúbia Martins, que está no 1º ano de doutorado da Universidade Estadual Paulista em Marília, estudou o uso do documento contábil eletrônico como prova em processos judiciais. Segundo ela a legislação ainda não se adaptou totalmente a esse novo tipo de documento. “Vai demorar para que o eletrônico seja usado como prova”, acredita. É a primeira vez que ela tem um pôster no Enamcib e espera conhecer outros trabalhos. “A troca entre pesquisadores é o maior objetivo em um encontro”, afirma. 

Pela primeira vez o Enancib tem transmissão ao vivo.

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“Essa inovação é uma forma de garantir a participação das pessoas e a democratização do evento”, analisa a diretora Elmira. 

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