Atividade fomenta cooperação entre o Instituto de Pesquisa Ambiental do Atlântico Sul, o governo das Ilhas Malvinas e universidades.

O professor Paulo Câmara, do Instituto de Ciências Biológicas (IB), esteve nas Ilhas Malvinas, conhecidas também como Ilhas Falkland, para apresentar estudos realizados na UnB e conhecer o que vem sendo desenvolvido por cientistas no arquipélago. Convidado pela embaixada britânica, Câmara foi o único brasileiro a participar da expedição de oito dias, realizada no fim de janeiro.


O evento, denominado Falkland Island Science Symposium 2015, fomenta a criação de acordos de cooperação entre instituições internacionais de ensino e pesquisa e o Instituto de Pesquisa Ambiental do Atlântico Sul (Saeri). O objetivo é consolidar uma rede de cientistas que desenvolvam estudos sobre a geologia, a fauna e a flora do arquipélago. Além do brasileiro, representantes de outros nove países participaram do seminário.


A perspectiva interessa ao professor da UnB, que mapeia desde 2010 a origem de musgos encontrados no arquipélago de Fernando de Noronha e na ilha da Trindade, ambos territórios nacionais. Câmara avalia que expandir as pesquisas para a área de domínio da Inglaterra pode fortalecer os resultados de avaliações realizadas pelos pesquisadores do Laboratório de Criptógamas, onde atua.


“No Atlântico Sul, o domínio das ilhas se divide entre Brasil e Inglaterra. Então, se somarmos as informações de pesquisadores dos dois países podemos realizar pesquisas mais conclusivas”, aponta. 

Mariana Costa/UnB Agência
Câmara defende cooperação para construir pesquisas mais conclusivas

A pesquisadora Micheline Carvalho, que divide com Câmara a coordenação dos projetos do laboratório, lembra que trabalhos realizados na Antártica são interligados em acordos entre cientistas de diversos países do mundo e avalia que cooperar com as Malvinas traria benefícios também para estes pesquisadores.Parcerias com a ilha britânica também podem contribuir com estudos realizados pelos cientistas da UnB na Antártica e no Ártico sobre a migração de plantas. “Acreditamos que as plantas que chegam à Antártica provavelmente passem pelas Falklands, que estão situadas a poucos quilômetros do continente gelado”, diz o estudioso.

Ela considera positiva a possibilidade de participação dos estudantes da UnB em investigações desenvolvidas no país de domínio britânico. “Acho que seria de grande interesse, pois é um lugar que deve ser investigado, principalmente pela localização geográfica”.

 

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