Uma câmera na mão e o desejo de lapidar a beleza saudosista dos carros abandonados. 

Foi o que moveu os designers Marcelo Jatobá e Tiago Araújo a criarem o site Parados no Tempo. O projeto é recente, começou em agosto de 2013, mas já agrupou cerca de 5 mil seguidores em redes sociais da internet. Agora os jovens querem dar um passo à frente e lançar uma publicação impressa.

 

“Nós buscamos mostrar os efeitos que o tempo e a falta de movimento causam: ferrugem, sujeira, queimadura na tinta, teias de aranha”, conta Tiago Araújo. Ele e Marcelo Jatobá, programador visual da Universidade de Brasília, publicam toda quarta-feira uma série de fotos, de um novo achado, na maioria das vezes automóveis ícones, que marcaram gerações. “São os ensaios que mais agradam. O Ford Galaxie, por exemplo, recebeu mais de 20 mil visualizações”, diz o servidor público. Também colabora com o projeto o engenheiro de telecomunicações Guilherme Rodrigues. 

 

A série é publicada na página da internet, que funciona como arquivo das fotografias dos idealizadores. A divulgação fica a cargo das redes sociais. “No dia em que publicamos o ensaio, divulgamos uma fotografia no facebook”, explica Jatobá. Os usuários da rede curtem e comentam, alguns chegam a publicar fotografias de suas descobertas. “No início do mês um fã postou algumas imagens que fez em Londrina”.

 

Emília Silberstein/UnB Agência
Marcelo Jatobá e Guilherme Rodrigues ao lado de um Dodge Dart na Asa Norte

No Instagram a divulgação é mais frequente e não tem hora para acontecer. As fotografias costumam ser publicadas quase em tempo real. Os amigos divulgam as imagens e os internautas podem interagir divulgando o material por meio de ‘hashtags’. “Nesse caso, os usuários acabam contribuindo muito mais, basta marcar o post com referência ao Parados no Tempo”, diz Marcelo Jatobá. “Agora nós queremos começar a construir um livro com o material que produzimos. Admiradores de carros não faltam”, conta.

 

PROJETO - “A primeira ideia era criar um livro de fotografias, mas preferimos começar lançando um site, lincar para redes sociais e ver qual seria o retorno”, conta o servidor da UnB. Os amigos usaram das competências profissionais para concretizar o projeto. Juntos, elaboraram os textos da página. Tiago Araújo também aproveitou seus conhecimentos em programação para construir a página na internet.

 

Depois, foi necessário juntar as imagens. “A gente esperou juntar um catálogo de 30 ensaios para lançarmos o projeto”, lembra Jatobá. Já de início o site foi um agregador de apaixonados por carros, principalmente fãs dos automóveis mais antigos. “Eles são os que mais gostam, comentam e participam”, destaca Araújo.