Professor da Universidade Livre de Berlim, Christoph Wulf ministrou palestra no auditório da Reitoria

 

Julio Minasi/UnB Agência

Na sétima sessão pública da Comissão UnB.Futuro, o professor Christoph Wulf, da Universidade Livre de Berlim, falou sobre as perspectivas da educação e da Antropologia no mundo globalizado. A palestra foi nesta sexta-feira (11) no auditório da Reitoria.


“Educação e Antropologia fazem parte das raízes da própria Universidade de Brasília na figura de seus criadores, Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro”, lembra a professora da Faculdade de Educação Wivian Weller, antes do início da conferência.


As pesquisas de Wulf mostram que o foco da Antropologia não se concentra mais no homem ocidental e nas imagens europeias de humanidade. Outras culturas podem se manifestar a partir de suas próprias perspectivas. Com a vida mais complexa, essa ciência busca relativizar visões sem cair na arbitrariedade.


“Neste século, a Antropologia tem buscado conhecer as várias dimensões do ser humano no mundo globalizado. Para isso, lida ao mesmo tempo com aspectos universais e particulares", pondera Wulf. O desafio é aprender a viver na diversidade. “Somos todos seres humanos, mas precisamos aprender a lidar com as diferenças”, disse. “É preciso reconhecer o outro, mesmo sem compreendê-lo completamente. A não aceitação gera violência”, alerta o pesquisador.

 

Christoph Wulf aborda as perspectivas da educação no mundo globalizado

PARADIGMAS – Na busca por entender quem somos, Wulf cita cinco pontos de estudo da Antropologia nos dias de hoje, que vão de aspectos gerais – evolução humana e sua diferenciação dos animais, por exemplo – a específicos, como rituais de troca e convívio social em um mundo multicultural e complexo. O professor também destaca o papel da mulher. “Mais da metade da população é do sexo feminino”, aponta.


O estudioso fala ainda sobre festividades, repetição de histórias na formação da identidade cultural dos povos e o poder da mimese no processo de aprendizagem.


Para superar desafios, ele recomenda abertura. “É preciso questionar sempre e valorizar o conhecimento adquirido no fazer cotidiano”, acredita. “Precisamos do outro para nos desenvolver. Nosso conceito de cultura precisa ser aberto e dinâmico”, conclui.


UnB.FUTURO – Criada para se pensar a universidade contemporânea, a Comissão UnB.Futuro é uma iniciativa do Decanato de Pesquisa e Pós-Graduação em parceria com o Núcleo do Futuro (n.Futuros/CEAM). As sessões são abertas a toda a comunidade acadêmica. Nesta sessão, estiveram presentes o reitor Ivan Camargo e o coordenador da comissão, Isaac Roitman.