Hoje, no Brasil, a pergunta que não quer calar é como o dinheiro de taxas e impostos são gastos. Eles estão embutidos no preço dos produtos que consumimos, descontados diretamente em folha de pagamento, na forma de contribuições previdenciárias, só para citar os mais comuns.

Felipe Freire, aluno de mestrado em Ciência Política na UnB

Na tentativa de divulgar os gastos do governo, está no ar, desde 2004, o Portal da Transparência. Felipe Freire, aluno do mestrado em Ciência Política na UnB, faz outra pergunta: “Será que ele é mesmo transparente?”


“Quero saber quem usa realmente o portal, se consegue encontrar a informação que procura, se quando a encontra a entende, e depois de tudo isso, o que o cidadão faz com os dados”, explica.


Felipe, que também trabalha na Controladoria Geral da União (CGU), formulou um questionário eletrônico com a intenção de traçar o perfil do usuário e por tabela avaliar o portal.


“Já foi aberta uma licitação para a reformulação dele”, conta. “Espero que os dados da pesquisa ajudem a melhorar a navegação do usuário e intensificar a fiscalização dos gastos públicos”, justifica.


Em não mais de dez minutos, as perguntas podem ser respondidas. Basta clicar no banner localizado no canto superior direito da página (Pesquisa de Avaliação do Portal). Ao término do questionário, o participante pode compartilhar as perguntas nas redes sociais e, de quebra, ter uma boa ideia de seu nível de participação política.


PARCERIA –
Compartilhado mais de 200 vezes nas redes sociais, segundo Felipe, o questionário entrou no ar no começo da semana e foi respondido, até o momento, por cerca de 400 pessoas. “Já vimos que o material foi acessado em outros países também”, comemora.


Para ajudar na realização da pesquisa, foi assinado, no final do ano passado, acordo de cooperação entre UnB e CGU. “Não envolveu repasse de recursos financeiros”, frisa o autor que, na elaboração das perguntas, em software livre, contou com a ajuda de Max Stabile, premiado em 2012 por trabalho na área de democracia digital. “No caso, ele analisou o Portal da Câmara dos Deputados”, diz.


Ambos os pesquisadores foram orientados pelo professor Carlos Batista, do Instituto de Ciência Política (IPol).