Chaim Zins defende classificação mais abrangente das áreas da ciência no XII Encontro Nacional de Ciências da Informação.

O cientista da informação israelense Chaim Zins propõe um mapa para organizar todo o conhecimento da humanidade. Ele criou dez pilares para dividir a informação de uma forma que seja mais acessível a todas as pessoas, sem que seja necessário a ajuda de um especialista. Segundo Chaim, a nova classificação vai ser especialmente útil na internet. Vai permitir que as buscas realizadas na rede apresentem os resultados mais relevantes ao que o usuário procura. O novo sistema vai ser apresentado na abertura do XII Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação, às 17h30 do domingo, 23, no Museu Nacional da República.


O evento, organizado pela Faculdade de Ciência da Informação da Universidade de Brasília, vai reunir instituições de todo o país para discutir as políticas de informação voltadas para a sociedade. "Queremos mostrar para as pessoas que a informação deve ser tratada como um bem a serviço de todos", explica o professor Jorge Henrique Cabral Fernandes, presidente da comissão organizadora do encontro. Segundo ele, um dos objetivos maiores da ciência é oferecer as informações que usuário precisa na hora que ele precisa. "Isso resume a proposta que Chaim traz para o encontro".


"Trata-se de um sistema mais abrangente do que é usado hoje em bibliotecas ou em sites colaborativos da internet como a Wikipédia", afirma Plácida Amorim da Costa Santos, professora da Universidade Estadual Paulista e parceira de Chaim no projeto de pesquisa. Segundo ela, o sistema usado hoje nas bibliotecas privilegia as informações acadêmicas e de ciências aplicadas. Já os sites wiki focam mais o entretenimento. O objetivo do novo sistema é fornecer uma imagem completa, com as interconxões entre os assuntos. "Queremos mostrar no mapa todo os campos do conhecimento e seus relacionamentos, sem privilegiar uma ou outra área", diz Plácida.


O mapa se apresenta na forma de dez pilares do conhecimento que organizam um total de 200 campos. São eles: Fundamentos (teorias do conhecimento), Sobrenatural (religiões e misticismo), Matéria e Energia (conceitos básicos do mundo físico), Espaço e Terra (características do planeta e do universo), Organismos Não-Humanos (fauna e flora), Corpo e Mente, Sociedade, Pensamento e Arte, Tecnologia e, por fim, História. A partir desses pilares, o leitor vai poder aprofundar sua pesquisa buscando níveis maiores de especifidade. A estrutura hierárquica será em formato de árvore, como em outros sistemas, mas não em tantos níveis, pois haverá a interrelação entre os assuntos. "A intenção não é substituir os sistemas que já existem, mas criar uma alternativa", afirma a professora.


O encontro vai apresentar 238 outros trabalhos, entre pôsteres e apresentações orais. "Vamos ter transmissão ao vivo dos grupos de trabalho", diz o professor Jorge Henrique. Entre os temas discutidos, estão a mediação e circulação da informação, representações do conhecimento, gestão da informação e novas tecnologias.


O seminário começa no domingo e vai até quarta, com atividades no Museu da República, na Faculdade de Ciências da Informação e na Reitoria da UnB.


Veja o mapa desenvolvido por Chaim. 

Veja aqui a programação completa.