Aluna de mestrado em Biologia Molecular estuda a biodegradação de poluentes plásticos pela atuação de microrganismos.

Foto: Facto Agência

Julianna Peixoto, formada em Ciências Biológicas pela UnB, apresentou dissertação na qual propõe nova forma de tratamento de materiais plásticos descartados. Visando diminuir o acúmulo de lixo no meio ambiente, a pesquisadora descobriu nove microrganismos capazes de consumir polietileno, material plástico mais utilizado no mundo. A técnica pode potencializar a biodegradação, deixando o processo mais rápido.


Hoje, as principais formas de descarte do plástico são a incineração e a deposição em aterros, sendo esta a forma mais utilizada.  Para o processo, é necessária vasta área livre para confinar o lixo por até 500 anos. A incineração é a maneira mais econômica de descarte do plástico, porém, a técnica libera grande quantidade de gases tóxicos para a atmosfera. Segundo Julianna Peixoto, a biodegradação surge como alternativa sustentável e viável para solucionar o problema do acúmulo de lixo.


De acordo com Julianna Peixoto, os impactos da poluição já estão avançados e é fundamental que as pessoas se mobilizem para mudar esse cenário. “Com a pesquisa, tentei mostrar que há solução mais eficaz para o descarte de plásticos. No Brasil, temos uma diversidade muito grande de microrganismos. Devemos explorar esse fato para benefício da sociedade em geral”, afirmou a pesquisadora.


POLIETILENO –
São produzidos mais de 50 milhões de toneladas de polietileno por ano em todo o mundo. Esse composto químico está presente em materiais como sacolas plásticas, garrafas, embalagens e brinquedos. O polietileno se caracteriza pela alta durabilidade e resistência, que o torna capaz de permanecer em ambientes naturais por 100 ou até 500 anos. Durante esse período, o polietileno causa danos à flora e fauna. Frequentemente, animais marinhos e terrestres ingerem pedaços de lixo e morrem por estrangulamento ou pelo acúmulo de resíduos tóxicos no organismo.