A prática tem como objetivos a divulgação da ciência, a incorporação de novos conhecimentos produzidos fora do país, a troca de informações e a manutenção de parcerias com pesquisadores internacionais. De acordo a autora, quanto mais tempo os pesquisadores se movimentam fora do Brasil, mais têm oportunidades e motivação para interagir com o ambiente internacional.
A aluna realizou o estudo por meio de um questionário aplicado a ex-bolsistas da Capes e do CNPq, de diferentes áreas do conhecimento, que têm vivência no exterior. Ela constatou que os estudiosos de diferentes campos adotam práticas de aproximação do ambiente internacional semelhantes. Eles usam, principalmente, canais de comunicação dinâmicos, de alta interatividade e de ampla circulação, como participação em eventos científicos, publicação em periódicos indexados e em anais de eventos.
A tese também analisou a permanência dos estudiosos brasileiros no exterior. Aqueles que resolvem continuar suas pesquisas no exterior não cortam laços com a produção científica do ambiente nacional. “Os radicados no estrangeiro, geralmente, mantêm colaborações com pesquisadores residentes no país na produção de artigos e em projetos internacionais de pesquisa”, explica. “Isso prova que pode haver aproveitamento da chamada diáspora brasileira” completa.
Maria Luiza justifica que a escolha do tema veio da experiência como funcionária da Capes. Ela explica ainda que “as transformações sociais ocorridas nas últimas quatro décadas não só surtiram efeitos sobre a economia, mas também sobre a ciência e o ensino superior e intensificaram o fluxo transnacional acadêmico”. A orientadora da tese, Fernanda Antônia da Fonseca Sobral, salienta que o estudo pode dar subsídios a iniciativas brasileiras voltadas ao envio de pesquisadores ao exterior.