Professor da UnB desenvolve técnica para detectar se os pacientes que sofrem de acromegalia estão realmente curados após o tratamento indicado.

Um trabalho pioneiro pelo professor Augusto Florêncio Costa, da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB) e do Hospital Universitário de Brasília (HUB), vai beneficiar os pacientes de uma doença rara, a acromegalia. Costa criou um novo método para identificar se o paciente está curado do mal, conhecido popularmente como gigantismo e que provoca o crescimento exagerado de crianças e adultos, especialmente da fronte, nariz, orelhas, mandíbula, mãos e pés. A acromegalia também causa diabetes e hipertensão.


A doença é causada por um tumor na glândula hipófise que aumenta a produção do hormônio do crescimento. O tratamento é cirúrgico, com a retirada do tumor. O método desenvolvido pelo professor da UnB em 2002 consiste em testes bioquímicos para identificar se o paciente está curado após a cirurgia. Com base em uma pesquisa realizada com 56 indivíduos sadios e 32 pacientes já operados, Augusto Florêncio criou uma escala para saber se a produção do hormônio está normalizada. Os resultados dos exames do paciente são comparados constantemente a essa escala para verificar a cura.


DOUTORADO –
O trabalho do professor da UnB foi realizado como tese de doutorado na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto. O Journal of Clinical Endocrinoly & Metabolism, uma das mais importantes publicações científicas mundiais na área de Endocrinologia e Metabolismo, já publicou um artigo com o estudo. O professor da UnB ainda palestra sobre o assunto no Congresso Brasileiro de Endocrinologia e Metabolismo. Formado em Medicina pela UnB em 1988, ele voltou à universidade 10 anos depois como professor. Agora desenvolve um projeto para a criação do Laboratório de Hormônios do HUB.


Com o tratamento cirúrgico da acromegalia, assinala o professor Augusto Florêncio, tanto o diabetes como a hipertensão são resolvidos, mas os problemas físicos, como o crescimento exagerado dos membros não é reversível. A acromegalia é rara, com uma prevalência de 40 casos em um milhão de pessoas e o aparecimento de três a quatro novos casos em média por ano entre um milhão de indivíduos. Há registros históricos de personagens que teriam a doença, como o gigante Golias, derrotado por David segundo relato bíblico. No passado, pacientes de acromegalia eram exibidos, por causa de suas deformações, em circos ou parques públicos.