Validado por especialistas das áreas de enfermagem, nutrição, medicina e letras, material promove inclusão e autocuidado de pacientes

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Inclusivo. É com esse adjetivo que a egressa de Enfermagem da UnB Isabelly Vieira define o cordel Dona Antônia e a peleja da ferida derradeira: uma cartilha da enfermeira Isa para pessoas com úlcera venosa, material elaborado para o seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) com o intuito de facilitar o repasse de orientações nos cuidados à saúde. O produto surgiu após a experiência como extensionista voluntária do Serviço Ambulatorial de Enfermagem em Estomaterapia do Hospital Universitário de Brasília (HUB).

 

Durante três anos, a enfermeira conheceu pacientes com feridas de diversas causas, mas a úlcera venosa chamou sua atenção. Este problema acomete a perna devido à dificuldade no retorno do sangue dos membros inferiores para o coração. Isso gera, consequentemente, acúmulo de sangue no local e o rompimento de veias, o que pode culminar no aparecimento de lesões que não cicatrizam.

 

Isabelly aponta que a úlcera venosa causa grande impacto na qualidade de vida dos pacientes. Isso porque, além da dor, existe o isolamento social, muitas vezes por vergonha das feridas, e o impacto econômico, já que muitos deixam de trabalhar devido à doença.

 

“Desde o primeiro contato me sensibilizei muito com a história de cada paciente. Muitos conviviam com a ferida crônica há anos, algo que até então para mim era inimaginável. Acredito que as rimas do cordel sejam capazes de criar um ambiente descontraído tanto para o profissional quanto para o paciente. As informações passadas de forma mais leve podem ajudar na fixação do conteúdo, principalmente entre os idosos”, conta.

 

Segundo a egressa, a origem dos pacientes foi outra motivação para criar a cartilha em cordel. Isso porque muitos eram nordestinos ou vinham de família nordestina e utilizavam palavras, hábitos e costumes regionais. Disponibilizado em texto e áudio, o cordel conta a história da enfermeira Isa e da paciente Dona Antônia.

 

>> Confira a versão em áudio da cartilha:

 

Isa é o seu alter ego, já Dona Antônia representa os pacientes que a enfermeira cuidou. A cartilha também retrata as falas e dúvidas mais comuns dos enfermos, tais como uso de meias de compressão, mudanças nos hábitos alimentares e prática de exercícios físicos.

A enfermeira Isabelly Vieira pretende humanizar o atendimento e incluir os pacientes por meio do cordel. Foto: Arquivo pessoal

 

“Durante o curso de Enfermagem da UnB, nós somos ensinados a sempre pensar no paciente como um todo, nunca apenas como um diagnóstico fechado. Por isso, antes de elaborar a cartilha, fiz um diagnóstico situacional daquela população, já que o produto seria feito especialmente para ela, e a informação precisava ser bem compreendida.”

 

Para a professora do Departamento de Enfermagem da Faculdade de Ciências da Saúde (ENF/FS) e orientadora do trabalho, Mariana Franzoi, o produto foi construído com muito rigor científico. A docente acredita que a complexidade do estudo e a validação do material por diversos profissionais – de enfermagem, nutrição, medicina e letras – transformam a cartilha em uma pesquisa à nível de pós-graduação.

 

“Sem dúvida, é um autêntico trabalho acadêmico, afinal, estender o conhecimento para a sociedade é uma das responsabilidades e compromissos sociais das universidades. Cabe a nós produzir, difundir e socializar o saber para o público externo e não nos isolar como polos de ensino, formação e pesquisa.”

 

>> Baixe aqui a cartilha Dona Antônia e a peleja da ferida derradeira: uma cartilha da enfermeira Isa para pessoas com úlcera venosa

 

Confira matéria da UnBTV sobre a cartilha:

 

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